sexta-feira, 15 de agosto de 2008
...Mortos...
Chorei pelos meus mortos...
Então os matei e enterrei...
Atravesso meus funerais e meus leitos...
Não apodreço mais junto com meus cadáveres...
Assumo a dor, a saudade, o vazio, o para sempre, o nunca mais...
Arranco deles o poder de limitar a minha vida, de me arrastar para a cova...
E, sinto muito, confesso que sinto e me permito sentir tudo para não me tornar ressentida...
Sempre me conto a verdade, porque a verdade que se nega é a mágoa que nos carrega para o limbo onde os fantasmas nos atormentam...
Onde o tempo não passa, só retrocede até o nosso primeiro dia de prisão..
Eu choro por você que morreu e continua perambulando por aí..
Choro hoje.. amanhã não mais...
Vivo essa morte agora para que ela permaneça viva em mim.. me matando...
É com coragem e amor pelo que vem, que me sujo de sangue...
Mato meus mortos para que em vida eu descanse em paz...